sábado, 19 de novembro de 2011

Distância e Presença

Um texto especialmente dedicado aos meus irmãos de curso: FILII REGINAE, para todos aqueles amigos do caminho e também em homenagem ao Edvaldo, uma grande pessoa que nos últimos dias se encontrou com a dor e depois dela, partiu aos braços de Deus!
...



Uma infinita duração precedeu meu nascimento.
O que fui, enquanto isso?
Metafisicamente talvez eu pudesse responder-me:
Sempre fui eu; ou seja, todos os que disseram EU nesse lapso de tempo eram justamente eu.”
Schopenhauer

A distância sempre marcou no meu coração um sentimento de medo, dor, angústia... nunca fui feliz ao escutar tal palavra! Ou era cansaço só de imaginar o tempo da viagem, ou era medo por pensar em fórmulas fisicas e matemáticas que me aterrorizavam, ou simplesmente, mas não tão simples assim, o MEDO de uma separação eterna!
Tantas vezes me vi fugindo dos fonemas contidos neste vocábulo... mas tantas vezes mais, me vi fugindo do que ela implicaria... DECISÕES... e não somente decisões... mas sim, deixar pra trás tudo aquilo que sonhei e construi, mas que não construi sozinho!
Construi com pessoas... com pessoas pessoalmente construídas... construídas no meu caminho, e não simplesmente construídas, mas edificadas... levantadas e que queriam levantar, construir... marcar a história! E de repente, no passo da vida, se foram, ou talvez eu fui... ou talvez nós fomos! Mas no fundo o que importa não é quem foi ou quem deixou de ir, o que importa é que nós continuamos construindo e que neste construir, o amor, a alegria, as dores e a agonia, tudo e mais um pouco eram não somente distância, mas eram presença, e não somente eram, mas são! E não somente são, mas é! É presensça daqueles que foram e vieram... que vieram e foram e que marcam pra sempre um ESTAR!
Estar que as vezes é dor, saudade... estar que as vezes é canto, cidade... Ser cidadão com aqueles que amo, mas também com aqueles que me amaram... ser cidadão do céu, caminhando no eterno caminho de Deus...e com a certeza de que não existe dor, nem lágrima, nem pranto, nem alegria, nem tranquilidade, nem felicidade quando se está sozinho... tudo é construção e tudo é mais que isso, forma de amar, de viver, de estar... de se saber amado, querido, de saber amar e querer... É um amor que se perpetua nas lágrimas da saudade, saudade que não é coisa ruim, saudade que não é tristeza... é presença eterna na lágrima que é sangue, sangue de todos aqueles que fizeram e fazem eu mesmo!

JuNiOr TaKaNaGe
19.XI.2011


Total de visualizações de página